Quase. É tudo o que nós somos. Quase amigos, quase amantes. Quase.
Só que, olha a loucura, poderia ser diferente. Você, eu, nós poderíamos tentar. Nós poderíamos ser mais diretos e objetivos pra, quem sabe um dia, nos tornarmos alguma coisa inteira. Eu + você = tudo, não seria bom? Eu sou aquela que fica esperando todo o dia só para, pelo menos, falar com você. Aquela que, quando você se aproxima, começa uma festa com direito a borboletas no esômago. Aquela que suga cada momento contigo pra ter com o que se nutrir durante seus períodos longe. Sou ainda aquela que vive se perguntando onde e com quem você está, com medo de que você esteja com alguém sem medo de ser inteira pra você. Você que é a minha alegria, a minha possibilidade de amor. Você que faz o mundo virar um lugar melhor pra se viver. Você que me faz ter pena dos outros caras por não terem a sorte de ser como você. Você que tem tudo pra ser meu tudo, mas é só o meu quase.
Naquele dia que estávamos juntos e sua amiga perguntou o que nós éramos e você, com seu sorrisinho sem graça, disse que não éramos nada, eu tive vontade de gritar: "Hey, menina, nós somos mais que nada mas não somos tudo. Nós somos quase". Naquele outro dia, quando nós fomos naquela festa cheia de pessoas que te conheciam e todos ficaram nos olhando de forma desconfiada, com interrogações escritas na testa, eu tive vontade de pedir, quase implorar, pra que eles começassem a pensar um monte de coisa. Pensem que nós somos namorados. Pensem que nos encontramos todos os dias. Pensem que não conseguimos mais viver longe um do outro. Pensem que planejamos ter três filhos, morar numa mansão e passar férias na Disney. Eu quase implorei pra que eles pensassem que nós fôssemos tudo aquilo que eu sempre sonhei pra gente. Mas não somos. Nós não somos quase nada.
Eu fico aqui, você fica aí. Estamos bem assim, é claro. Você me liga quando precisa desabafar ou quando sente vontade da minha risada que te desarma. Eu fico aqui, te odiando por me usar assim, mas amando demais cada vez que você estende seus braços e sai correndo na minha direção. Mas, claro, não somos nada. Ontem eu vi um casal andando na rua, tão lindos, tão juntos, tão tudo um pro outro. Naquela hora eu te odiei. Por brincar comigo assim. Por não me convidar pra sair. Por deixar esse quase nada que a gente é escondido. Mas aí no instante seguinte você me deixou uma mensagem daquele jeito que só você sabe fazer, com suas palavras super bem escolhidas, querendo falar difícil. Então eu esqueci aquilo tudo. Nós não somos nada. Não saímos por aí de mãos dadas. Você não diz coisas bonitas olhando nos meus olhos. Mas e daí? você me faz feliz e enquanto isso acontecer eu continuo disposta a ser sua quase. Prefiro ver assim: nós somos um copo meio cheio. Eu vejo assim, as pessoas também, e você? o que nós somos pra você? não demora muito a decidir, por favor. As pessoas podem deixar de pensar e começar a falar, e você sabe o poder que as palavras tem sobre mim. Por favor, não deixa elas, nem sequer pensarem, que somos um copo meio vazio. Me dá da sua água pra encher nosso copo. É fácil, é só você querer. Eu? eu quero tanto.
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