segunda-feira, 23 de março de 2015

Se tem uma coisa que a gente tem que aprender a suportar é esta: o amor, às vezes, acaba. Seja aqui, no Japão, ou em Marte, acaba. Acaba com batidas de porta, lágrimas e corações partidos. Acaba quando se deixa vencer por mal entendidos, ciúmes e partidas de futebol. Acaba por preconceito, orgulho e medo. Acaba, e talvez seja essa a principal dor, acaba de um lado só. Enquanto um lado está feliz por agora estar livre, por estar aberto a novas possibilidades, um lado, esse que mais sofre, está se sentindo vazio e só, porque uma vez que a gente se acostuma a ter alguém sempre lá pra ouvir, entender e acariciar, a separação é sempre mais dolorida.
O amor acaba por indisponibilidade de agenda, acaba por distância e acaba simplesmente por falta de amor. Assim, um dia você acorda e descobre que todo aquele amor que estava ali até algum tempo, simplesmente foi-se embora. É difícil de acreditar e por ser assim tão difícil, adiamos o fim. Enrolamos mais um pouco, inventamos desculpas pra cancelar compromissos e principalmente, nos enganamos achando que é só uma fase e vai passar.
O amor acaba, muitas vezes, porque tem que acabar. Eu sei, você deve estar pensando, sei que o amor acaba, eu já passei por isso. Pois eu, eu também, eu vi bem de perto milhões de maneiras do amor acabar quando ele merecia estar vivo. E eu sei que por mais que a gente esteja acostumado e já saiba de tudo isso, a gente sofre. E sofre como se nunca ninguém tivesse nos alertado sobre isso. Mas depois, depois passa. As lembranças ficam, as boas e as ruins também, depois de algum tempo, você se lembra da dor que você sofreu mas ela não tem mais nenhum poder sobre você. E então, você se propõe a amar de novo, mesmo sabendo de todos os riscos que corre, e você quebra a cara muitas outras vezes, até que um dia você encontra um amor que não precisa acabar, porque ele simplesmente tem que existir.
Existir pra servir de exemplo para aprendizes do amor.
Existir pra te completar.
E existir, principalmente, pra fazer a vida ter algum sentido.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Eu realmente não consigo idealizar alguém apaixonado por mim. Eu não consigo imaginar alguém pensando em mim antes de dormir, ou contando para os seus amigos sobre mim com um sorriso bobo. Eu não consigo imaginar ninguém nas nuvens porque eu disse um “oi” ou qualquer coisa assim. Não consigo imaginar alguém sorrindo para a tela do computador quando a gente está conversando. Sei lá, só não consigo.