domingo, 31 de outubro de 2010


Nossos corpos quentes ainda estavam entrelaçados e meu rosto estava aninhado em seu peito, de forma que eu ouvisse seu coração batendo rápido demais e sua respiração acelerada. Seu corpo estava tenso e imaginei que - embora eu não pudesse ver - seu rosto mantinha a mesma tensão. Ergui a cabeça levemente para que pudesse ver seu rosto. Ele olhava para o teto e quando percebeu meu movimento, olhou para mim. Por um instante sua expressão era vazia, então a dor tomou conta de seu rosto, e senti um leve tremor percorrer seu corpo.
- Eu fiz algo errado? Talvez... – Coloquei o dedo indicador em seus lábios para silenciá-lo.
- Não é nada disso. Sim, eu sei o que você está pensando, mas não é isso.
Ele voltou a encarar o teto, com a mesma expressão de antes.
- Queria poder dizer o mesmo – Disse ele num sussurro tão baixo que imaginei que ele não queria que eu ouvisse.
Coloquei minha mão em seu rosto delicadamente e ele fechou os olhos.
- Você não fez nada errado. Eu não mudaria nada.
- Eu mudaria. Colocaria ao menos um sorriso em seu rosto nesse momento – Disse ele, ainda com os olhos fechados.
Eu sabia que o estava magoando e não queria isso, então decidi dizer o que estava pensando.
- Eu sei que você vai embora assim que eu adormecer; sei que esquecerá essa noite com tamanha rapidez que talvez não lembre nem meu nome; pra você foi apenas mais uma noite – Enterrei meu rosto em seu peito novamente, com medo da resposta.
Ele não respondeu, então olhei pra ele.
Ele abrira os olhos, porém não disse nada.
Esperei.
- É estranhamente novo pra mim sentir o que eu sinto quando estou com você. É mais estranho ainda admitir isso. Eu jamais a deixaria – Ele me olhou, deu um meio sorriso e me apertou contra seu peito enquanto sussurrava:
- Eu acho que amo você.

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