(…) Eu não sirvo pra ele, ele já me trocou
por outra menos complicada. Odeio todas
as minhas pílulas, odeio todos os amores
baratos, curtos e não amores que eu
inventei só para pular uma semana sem
dor. A cada semana sem dor que eu pulo,
pareço acumular uma vida de dor. Preciso
parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e
eu sigo inventando personagens. Odeio
minha fraqueza em me enganar e mais
ainda a dor que vem depois dos dias
entorpecidos. Eu invento amor, sim. E dói
admitir isso (…) É tudo pela metade. Ao
menos a minha fantasia é por inteiro.
Enquanto dura. No final bruto, seco e
silencioso da melhor festa do mundo que
nem começou, é sempre isso mesmo. Eu
aqui comendo meu sucrilhos na frente dessa
merda de PC ouvindo música triste meio
querendo chorar, meio querendo mentir
sobre a vida até acreditar. Aí eu limpo a
maquiagem e percebo que não faz o menor
sentido ser uma criança chorona
preocupada. Aí eu me acho louca. E aí eu
deito pra dormir e penso em sacanagem,
mas também penso em coisas bonitinhas. E
eu rezo pedindo a Deus que não espere
mais eu ser legal para ser legal comigo,
porque eu tô esperando ele ser legal
comigo para ser legal. Aí eu penso que ele
já é legal comigo e que, talvez, eu já seja
legal com ele. E que tá tudo bem. Mas se eu
penso que tá tudo bem nesse segundo, isso
só significa que vou pensar o oposto no
segundo seguinte. (…) E quando vou ver, já
dormi. Sozinha.
por outra menos complicada. Odeio todas
as minhas pílulas, odeio todos os amores
baratos, curtos e não amores que eu
inventei só para pular uma semana sem
dor. A cada semana sem dor que eu pulo,
pareço acumular uma vida de dor. Preciso
parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e
eu sigo inventando personagens. Odeio
minha fraqueza em me enganar e mais
ainda a dor que vem depois dos dias
entorpecidos. Eu invento amor, sim. E dói
admitir isso (…) É tudo pela metade. Ao
menos a minha fantasia é por inteiro.
Enquanto dura. No final bruto, seco e
silencioso da melhor festa do mundo que
nem começou, é sempre isso mesmo. Eu
aqui comendo meu sucrilhos na frente dessa
merda de PC ouvindo música triste meio
querendo chorar, meio querendo mentir
sobre a vida até acreditar. Aí eu limpo a
maquiagem e percebo que não faz o menor
sentido ser uma criança chorona
preocupada. Aí eu me acho louca. E aí eu
deito pra dormir e penso em sacanagem,
mas também penso em coisas bonitinhas. E
eu rezo pedindo a Deus que não espere
mais eu ser legal para ser legal comigo,
porque eu tô esperando ele ser legal
comigo para ser legal. Aí eu penso que ele
já é legal comigo e que, talvez, eu já seja
legal com ele. E que tá tudo bem. Mas se eu
penso que tá tudo bem nesse segundo, isso
só significa que vou pensar o oposto no
segundo seguinte. (…) E quando vou ver, já
dormi. Sozinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário